terça-feira, 26 de fevereiro de 2013

ESTRELA E FLOR SEREI ENQUANTO...


Serei amor esperança e sempre atenta
Enquanto persistir fogo em alta chama
Enquanto este clamor me esquenta
Serei só coração que por ti clama

Serei a flor que guarda o próprio perfume
Enquanto não o aspiras e não o sentes
Enquanto não tatear cada pétala, incólume
Serei eterna e ao apelo de outra mão, ausente

Serei estrela solitária vagando no firmamento
Enquanto não podes o meu brilho ver a luzir
Enquanto me buscas e busca teu alento
Serei luz intensa guardada para em ti refletir

Serei jardim orvalhado até que me aqueças
Enquanto flor que quieta espera os suaves toques
Enquanto estrela que pouco brilha, até que só a ti apeteça
Serei constelação desconhecida, até que me invoques

Serei flor e jardim, serei estrela e constelação
Serei o que quiseres, serei poesia, teu canto
Enquanto bater louco no peito, o meu coração
Enquanto cultivar e cuidar do meu encanto

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

BARULHOS DO SILÊNCIO


Foto by Celêdian Assis - Lua cheia da minha janela - Belo Horizonte 03/12

Hoje não ouço sons de estrelas,
nem mesmo as vejo cadentes.
Não ouso pois, percebê-las,
em seus brilhos tão silentes.

Ouço raios bruxeleantes,
da lua cheia, em cio luzidio,
com os seus ruídos exultantes,
que acordam ecos que silencio,

nas sombras surdas distantes,
de um pensamento fugidio,
em notas tão dissonantes.

Ouço da lua, seus murmúrios,
e no meu silêncio lancinante,
me aliviam os seus barulhos.


SONETO DA ESSENCIALIDADE


Foto By Jones Poa - Cais do Porto - Porto Alegre – Brasil - Nov. 2011

Dissiparam-se toda as dores,
outrora aportadas no peito,
libertam-se soberbas cores,
descansadas na paz do leito.

Na calmaria, uma paz aquiescida,
não há solidão que amedronte,
solitária quedo-me esquecida,
além dos limites do horizonte.

Atracando-me à margem, frugal,
reluto em deixar-me à deriva,
ancorando-me fundo, abissal.

Na lâmina d’água clara e calma
refletem: em eterna evocativa,
essências, que navegam n’alma.