terça-feira, 30 de novembro de 2010

INGÊNUA ALMA


Jorra adrenalina
Vasos injetados
Na face corada
De natural carmim
Do sangue ejetado
Em puro rubor
Na breve loucura
De sentir no beijo
A prova do amor
Do meu desejo
De ingênua alma
Que espera nua
Em eterna calma
Amar com fúria
E que eu possua
Inteira, a alma tua

sábado, 13 de novembro de 2010

FOZ DO DESEJO


Desce bravia, aos saltos procura o leito
No alvo véu que tece de branca espuma
Oculta quedas, criando especial efeito
Águas em fúria, em beleza se consuma

De saltos altos, ela vem e o ar perfuma
Na face alva, estampa o seu meigo jeito
Camufla os desejos e antes que assuma
A fêmea nua, despe-se do preconceito

Escoando as águas, rumo ao seu destino
Água e fêmea buscando na foz, encontro
Fluem livres, afoitas, em total desatino

Consumado o intento, neste mar de amor
Águas doces misturando-se no todo azul
No peito dele, ela nua, feliz, puro langor

PRANTO POÉTICO



Gotas descendentes rolam pelo rosto
Os lábios sorvem sôfregos do pranto
Tragam do sal forte, o intenso gosto
Água das dores, do cruel desencanto

Na face escorrem do choro exposto
Os olhos que falam, imitando um canto
Suave como mel, de doce composto
Água de amores, do sutil encanto

Do amor, alegria, dor ou desgosto
As lágrimas que fluem, são no entanto
Águas que vazam da alma, o seu posto

De um triste pranto faço acalanto
Das gotas ardentes, um fogo suposto
Lágrimas de poesia n’alma planto