sábado, 4 de dezembro de 2010

LABAREDAS

Labaredas - imagem Google
Incendiada a lenha aos poucos,
projetando as altas labaredas,
lambidas pelo vento, dançam,
em seus mágicos movimentos,
produzindo cores vibrantes,
exalando da madeira, os odores,
até que se extinga o fogo
e as brasas morram lentamente,
em pó e flocos cinzentos.

Assisto a vida do fogo atenta
e associo em breve loucura:
ora, paixão é como fogueira!
Ardem os corpos incendiados,
de prazer lambendo a pele,
na dança de todos os ritmos,
com cores nos olhos, brilhantes,
dos corpos, cheiros inebriantes,
até que se extinga o fogo
e as brasas incandescentes,
cedam lugar ao pó e às cinzas,
que se espalham com o vento.

3 comentários:

  1. Bom dia, amiga poetisa!
    "paixão é labareda!" já dizia o saudoso Poetinha na letra de um samba. É fogo que arde, queima e pode deixar tudo em cinzas, depois. Porém, existe uma labareda que serve de ignição para uma outra chama, mais durável: a chama do amor. Essa não reduz o lenho a cinzas em pouco tempo, porém o torna brasa que dura e que aquece, reconforta. Lindo o seu texto, Celêdian, profundo em conteúdo. Meus parabéns! tenha um bom fim de semana. Um grande abraço, meu carinho. André

    ResponderExcluir
  2. Senti o perfume, chegado com o vento
    Cheiro de terra, cheiro de fêmea
    De água a escorrer sobre a terra
    De versos a escorrer sobre a pele.

    Desfaço-me em 613 pedaços soltos
    Virtudes por fazer, e o que não é.
    Refaço-me em versos, vôo ao vento
    Como papel, sigo o perfume...

    De versos me reverso em carne
    Encaro o perfume imerso em versos
    Tomo nos braços a poesia olorosa

    Sopro canções sobre as labaredas
    Sentidas no sopro do vento sobre a pele
    Faço-me versos esvoaçados ao intento.

    ResponderExcluir
  3. Um incêndio maravilhoso em poesia, crepitante mensagem de paixão! Um abração do Jorge.

    ResponderExcluir

Obrigada pela tua presença. Sinta-se à vontade, comente. Por gentileza, identifique-se. Seja bem vindo!