sábado, 13 de novembro de 2010

FOZ DO DESEJO


Desce bravia, aos saltos procura o leito
No alvo véu que tece de branca espuma
Oculta quedas, criando especial efeito
Águas em fúria, em beleza se consuma

De saltos altos, ela vem e o ar perfuma
Na face alva, estampa o seu meigo jeito
Camufla os desejos e antes que assuma
A fêmea nua, despe-se do preconceito

Escoando as águas, rumo ao seu destino
Água e fêmea buscando na foz, encontro
Fluem livres, afoitas, em total desatino

Consumado o intento, neste mar de amor
Águas doces misturando-se no todo azul
No peito dele, ela nua, feliz, puro langor

6 comentários:

  1. Eu estou ficando especialista em sentir e contemplar,mas dizem os especialistas em sonetos que o fechamento com "chave de ouro" lhes conferem um ritmo e harmonia especiais. (E nisto eu estou de pleno acordo, já que intensifica o sentimento de prazer). Lindíssimo! Abração. paz e bem.

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  2. Magnífico e deleitante, Celêdian! Uma verdadeira obra-prima, poetisa. Parabéns pelo lindo blog.
    Em razão do tempo, tenho andando ausente do Recanto. Também estou atualizando meus dois blogs.
    Obrigado pelo carinho de sempre.
    Abraço!

    Jerson

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  3. "Na torrente caudalosa dos desejos,/ no eflúvio saboroso dos sentidos,/ vem o ritmo apaixonante neste leito/ em que correm, submissos, dois destinos!" - Um beijo do amigo Jorge, feliz e inspirado por tê-la de volta aos versos!

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  4. Boa noite, Celêdian.
    que belo soneto, meus parabéns! entremeado de sensualidade e, ao mesmo tempo, de um bucolismo quase fotográfico. Prazer para mim reaver seus escritos, grande poetisa. Meus aplausos! um bom fim de semana, um grande abraço, saudades. André (lembra-se de um certo Daniel?...)

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  5. mas que momento mais lindo, nessa foto....


    abraço

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