quarta-feira, 14 de abril de 2010

RETRATO DA ALMA

Como espectro se desenham
Sombras frias entranhadas
Da meia luz que ilumina
Metade de um lado obscuro
E na outra clara metade
Brilho que às vezes ofusca
Ou ilumina o melhor de mim

Imagens projetam idéias
Pensamentos refratam ações
Espelham íntimas ânsias
Em devaneios e reflexões
São ondas que perpassam
Confusos feixes de raios
Distorcem imagens
Na parte opaca de mim

Na outra iluminada metade
A luz se propaga em ondas
Para abissais labirintos
Via das minhas entranhas
Abstrato, ninho subjetivo
Abjuro o abjeto abismo
Redundante instropecto
Deste agônico solilóquio

Resgato-me na superfície
Na ruptura da interna rusga
Desenham outros espectros
Do concreto que me acerca
No objeto inacessível
Do circunlóquio que fiz.

3 comentários:

  1. Uau! gostei muito desse poema. Parece-me que todos nós temos uma parte meio que obscur, opaca; e outra clara e radiante. Creio que devemos alimentar mais a luminosidade em nosso ser.
    Abraço
    Willes

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  2. Você escreve com sinceridade e profundidade, Celedian. Bom te ler... Obrigada.
    Beijos!

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  3. Celêdian, sempre intensa com a poesia delicada de quem escreve com a maestria dos sensíveis, na verdade, é isso que diferencia os excelentes poetas... Parabéns, mesmo!!! Cristina Jordano

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