quarta-feira, 14 de abril de 2010

DO ÍNFIMO AO SUMO

No início uma compacta massa,
Não lhe conheciam o cerne.
Aos poucos descobrindo-lhe,
Via-se a massa preenchida,
De espalhadas cruzes positivas,
Envolvidas pelas negativas.
Vislumbra-se agora o núcleo,
A acercar-lhe, o negativo,
Girando em seu entorno,
Como planetas em torno do sol.
Formam nuvens em camadas,
Em órbitas circulares e concêntricas,
Dual natureza, nem estático, nem fixo,
Provavelmente se encontra,
Onde possa achar o seu par.

Sou assim feito o átomo,
Descoberta pouco a pouco,
Evoluo da massa bruta,
Enquanto não apuro o núcleo,
Já percebo o complemento,
Na positividade esparsa,
Com negativo envolvimento.
Vislumbro agora o cerne,
A negatividade a rondar-lhe,
Fazendo cirandas a sua volta,
Como planetas, invejados do sol,
Acercando-lhe desejosos,
De sua luz e calor roubar.
São nimbos, tristeza e desamor,
Dispostas nas camadas de dor,
Nas órbitas circulares,
Que rondam a minha mente,
Concentricamente.
Na dualidade da natureza,
Um ser não é só mente,
Tem alma de complemento,
Repleta de sentimento,
Não deixa estática a vida,
Nem a fixa em lugar algum,
Provavelmente a alma se encontra,
Onde uma outra se esconde,
Perdida e clemente de seu amor.

3 comentários:

  1. Celêdian, isso é , sim senhora, do MÁXIMO AO EXTREMO MÁXIMO (o título que eu tomo a liberdade de conferir). Maravilhoso. Coincidência das coincidências, acabo de ler no Recanto da Letras um artigo na página do Bernard Gontier, chamado 2012 (A.D.)que parece guardar uma estreita a admirável relação cósmica com esse seu poema de rara beleza. Um abraço. paz e bem.

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  2. Como planetas, invejados do sol,
    Acercando-lhe desejosos,
    De sua luz e calor roubar.

    Caracas, mulher!!!

    : )

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  3. Oi Celedian !
    Com muito prazer venho seguir teu Blog e com o mesmo sentimento de realização e plenitude te recebí lá no meu cantinho.
    Coincidência que assim como o primeiro comentarista deste post, que fez referência aa um texto do RL , também hoje comentei um trabalho da Serpente Angel, no mesmo viés fragmentário/cósmico . Agora me deparo com esse teu excelente poema, instigante , que no convida a visitar lugares,provavelmente , os mais ocultos esconderijos para o encontro das energias. Parabéns !

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