quarta-feira, 14 de abril de 2010

VIRTUAL(MENTE)



Ele navega no meio virtual
Sabe-se lá se procura
Ou se vagueia alheio
Entre perfis, rostos, máscaras...
Um “click”
Ei-la que surge do acaso
E um homem surge do nada
Confessa-se impressionado
Ela se encanta, agradece
Textos, imagens, palavras
Pronto, tudo se transforma
Qual força tem as palavras
Feitiço, magia, fascinação
Do fascínio ao êxtase
Desperta a mulher de sono profundo
Pela mão do homem, mansa, sutil
Sem rumores, sem ruídos
Oferta-lhe abraços, flores e estrelas
Que mais tarde transformam-se
Em mais abraços, jardins e galáxias
Até que chega um beijo
Com muito carinho e respeito
Eis que vem a poesia
Desencadeia a ânsia de sentir
Da “presença” ausente se ter
Cheiro, calor, amor, sabor
Inebria os sentidos, falta ar
Entorpece o corpo, magia
Incendiado, incendia e faz jorrar
Gentilezas, sutilezas sem promessas
Nas palavras caladas, guardadas
De quem sabe um dia ao meu ouvido
Sussurar...antes um poema
Depois quem sabe... gritar
Aquecendo-me no teu vibrar
Ardendo em mim o teu calor
Pelos beijos descendentes
Pelas mãos sem pudor
Pelos corpos em erupção
Em versos, ouço o que lhe gritava a alma:
“...quero que sejas profundamente minha e ritual
obsessiva e lúcida, doente, febril, tremendo de desejo
disposta a tudo e a mais e a muito mais,
boca de Mundo, seios de Mármore, corpo de Alfazema
e sobretudo Mulher e sobretudo amante.
Se existires assim, nua, inteira, absoluta e pessoal
responde-me que eu fico aqui, eterno, à tua espera.”
Respondo ao grito, existo sim e assim
Apetece-me ser desbravada
Como a abrir caminhos em mim
Nas minhas entranhas acolher
Deixar fluir leite da fêmea
O mel da mulher mansa e calma
A água da fonte do louco prazer
Desejo ávido, que acredito
Apetece a ti e a mim.

4 comentários:

  1. A essência da dualidade
    O binômio da vida
    O ser sensual
    A soma da intimidade
    Sendo em paz dividida
    Na poesia sem igual

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  2. Celedian eu ameiiii este poema, envolvente, verdadeiro. vou mostra-lo ao Ed beijos.

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  3. Parabéns, o teu poema é muito verdadeiro.
    Gi

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  4. "Versos e desejos incendeiam a tela de sussurros e metáforas; a protetora distância virtual desmorona na intimidante estocada poética, preenchendo vazios e urgências com o teclar saboroso da poesia que corta a madrugada no embalo dos megabytes" - abraço do amigo Jorge.

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