terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

MUSAS - AMORES ARREBATADORES

Qual mulher não se perdeu em muitas fantasias,
tal qual conta a história de musas apaixonantes,
reverenciadas naqueles romances de cavalarias,
- Aldonza de Lorenza, a Dulcinéia de Cervantes.

Ser do poeta inconfidente, a estrela, a mais bela,
- Maria Dorothéia, a tão doce Marília de Gonzaga,
amada, nas liras tecidas a punho, tantas por ela,
- legando ao amor e em poesia, a mais rica saga.


Ser desejada musa do romance de José de Alencar,
a virgem dos lábios de mel, tão amada, por Martin,
cabelos negros tal asas da graúna, que fez arrebatar,
desejos pela Iracema, seus encantos, amor sem fim.

Ser mulher, que por si, cem sonetos foram dedicados,
apelando à lua que os consagre, que só amor os acuda,
de Matilde a Rosário, nome entre os amantes trocados,
entre amores o mais ardente, do grande Pablo Neruda.

Belas! Campesina, dama, pastora, selvagem e urbana,
mulheres, musas nos sonhos dos poetas, fantasiadas,
elas, Dulcinéia, Marília de Dirceu, Iracema e Rosário,
por tanto amor e tão amadas, tornaram-se encantadas.

3 comentários:

  1. Minha querida Celêdian,

    antes de comentar o oportuno e bem fundado dos teus belos versos, gostaria de agradecer-te pelas mais que generosas palavras às minhas tão modestas letras e pessoa. Sou mesmo o coração de uma grande poetisa como tu é que poderia dar um tal bálsamo às minhas tentativas de literato. Muitíssimo obrigado, minha amiga.

    Teu pequeno poema (em forma apenas, pois, se realmente tivesse que se estender em louvar o mérito de todas as musas da História, viraria uma epopéia enciclopédica, convenhamos...) é mais que apropriado. Ele nos transporta, neste lirismo que é peculiar aos teus textos, a um mundo que povoou tantos imaginários, já há mais de século, e que se perpetua. É uma evocação em forma de homenagem a mulheres que, ao se doarem tanto aos seus amores, tornaram-se verdadeiros ícones universais.

    Curiosa e coincidentemente, devo postar pelos próximos dias um soneto meu falando de musas e musos, porém, em total outro registro. E que jamais chegará aos pés de teus saborosos versos.

    Minha admiração maior, querida amiga, um grande abraço, meu carinho.

    André

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  2. Celêdian, querida, nem os próprios autores produziram para suas musas/personagens uma ode tão bela. Encantado! Abração. paz e bem.

    PS: Fiquei rindo até não mais poder do caso da onça lá de Piracema. Eles (os animais silvestres) estão é atrás de abrigo, perdendo seu habitat)rsrs.

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  3. Minha querida Celêdian,

    obrigado pelas suas visitas e comentários que acrescentam. Eu chamei de soneto o seu poema "Ninho" porque, na realidade ele é um soneto em forma (dois quartetos e dois tercetos). Todavia é um soneto sem métrica, e de rimas não habituais, assim como esse soneto do Machado que publiquei recentemente (Círculo Vicioso). Ele tem apenas duas rimas, como vc sabe.

    O que a maioria das pessoas chama de soneto é o soneto clássico, saído de Petrarca e por isso mesmo chamado de soneto italiano. O modêlo de 2 quartetos e dois tercetos, em decassílabos e com acentuação na sexta e décima sílabas, além do esquema de rimas é totalmente baseado no soneto petrarquiano. É o modêlo que Camões adotou.

    No entanto, existe também o soneto alexandrino, em dodecassílabos, que é o modelo francês, com acentuação na sexta e na duodécima sílaba e esquema de rimas semelhante ao soneto italiano. No entanto, e para maior desgosto dos puristas, houve derivações dessas formas digamos clássicas do soneto. E muitos poetas, no intuito de fazer algo diferente, de experimentar, passarama compor sonetos em métrica e rimas (e mesmo sem rimas) diferentes dos padrões do soneto italiano.

    Mesmo o seu amigo aqui publicou no ano passado, no Recanto, um modesto soneto em dissílabos. Poderei republicá-lo no meu blog para que vc possa conhecê-lo. Cheguei também, em 81 ou 82, a compor um meio-soneto, com 2 meio quartetos e 2 meio tercetos. Como vê, o céu é o limite! *rsrs

    Existem também sonetos com um verso em decassílabo e o seguinte em hexassílabo,em alternância simétrica. Muitos bons poetas brasileiros compuseram sonetos assim, inclusive o nosso Machado. Eu tomo a liberdade de lhe enviar aqui um link para uma das páginas que julgo entre as melhores e mais completas falando do soneto.

    Eis o endereço: http://www.elsonfroes.com.br/pag01.htm

    Dê sempre passadinhas por lá, Celêdian, sempre valerá a pena. E, mesmo longe de ser um perito na matéria, eu continuo à sua disposição para uma dúvida ou outra que eu possa lhe ajudar a solucionar neste assunto.

    Tenha um excelente fim de semana, minha querida amiga, um grande abraço.

    André

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