quinta-feira, 4 de março de 2010

MUITO PRAZER!

Eu, você e eles, somos nós,
Que nunca estamos sós,
Que fazemos da alegria e do júbilo, oração,
Motivo maior de nossa canção.
Desfazemos a tristeza, desatando nós
E na poesia encontramos a redenção

As palavras fluem como ornamentos
Enfeitando com arte até o obscuro,
O núcleo do ínfimo,
Das profundezas do ser, em sentimentos
Que gritam ou calam em nosso íntimo,
Desabafos sinceros por sobre o muro.

Sacadas do fundo, afloram-se percepções,
As mais autênticas sensações.
Inspiradas na fonte inesgotável e profunda,
Transformando em hinos da alma, ou belas canções,
A dor ou o amor que transborda e inunda,
Por sobre todas as sanções.

Entre fascínio e êxtase, delírios da emoção,
Inspirados na incansável vastidão,
Em versos ou prosas, brotam eloquentes,
Das malhas finas tecidas entre a loucura e razão,
As fantasias da mente, dos sonhos dormentes,
Dos desejos mais que arguentes.

Encanta a quem vê com olhos atentos,
Com sentidos sedentos,
O fruto da fonte que nos aguça a percepção,
Que flui envolto em certa devoção,
Sendo a cura dos males da alma e dos desalentos
Que busca tocar com leveza e magia, o coração.

Alegra-nos não só o reconhecimento.
Como a identificação,
Bem como a reação,
Da arte que alimenta mais que pão
Que faz querer derrotar o dragão
E sair espalhando nosso sentimento

Somo assim:
Abusados,
Alterados,
Por vezes, transtornados,
Outras, embasbacados...
Somos a um só tempo múltiplos
E únicos!
Engajados,
Revoltados.
Tão noturnos,
Quanto diurnos.
Somos pretensamente despretensiosos
Evolutivamente ambiciosos:
Evangélicos,
Esotéricos,
Judeus,
Ateus,
Cristãos,
Pagãos,
Muçulmanos,
Presbiterianos,
Espiritualistas,
Ocultistas,
Maçons,
Ah! Como são singelos nossos sons...

Somos movidos a paixões.
Somos cônscios dos nossos desvãos,
Das nossas carências,
Das nossas adjacências...

Um pouco incertos,
Somos extremamente modestos...
Diletantes!
Ah! somos apaixonantes...!

Acreditamos no poder máximo,
Ávido,
Do inconfundível ardor,
Que vem do Amor...

Tanto tradicionalistas,
Quanto vanguardistas,
Somos cria da matéria prima da tarde.
Do bom que arde.

Da arte!

Escrevemos para encontrar sentido
E, principalmente para continuarmos vivos,
Ativos
E com um necessário brilho.

Queremos não só desabafar,
Encantar,
Protestar...
Queremos fazer desabar,
Tudo o que impede a evolução de raiar.
Queremos ver a humanidade despertar,
Para poder despontar,
Frutificar
E florescer.
Queremos enternecer!

Somos mais que abolicionistas,
Somos Recantistas!


Celêdian Assis & Cláudio Santos


NOTA: Recantistas são os poetas e escritores do site Recanto das Letras.





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