quarta-feira, 9 de novembro de 2011

TATUAGEM

Foto por Celêdian Assis - Jardins da PUC em Contagem - MG - outubro de 2011

Ali no velho tronco,

uma pele surrada

de sol, luz e calor,

de chuva, seiva

de vento, idas e vindas

do tempo, sobrevivente,

imitando casca de gente

que o tempo tatuou

e resistente, guarda

no tronco erguido

marcas de um seio

que alimenta a vida.

Celêdian Assis - 13/10/11

8 comentários:

  1. Ao ver a foto busquei algumas daquelas declarações de amor no tronco.E deparei com este formato de peito,e logo no seu poema toquei nesta pele surrada pelo tempo,não vi o sangrar,mas ainda carrega da vida estas marcas,que fazem da vida uma eterno repensar.
    Parabens Celedian pela vida e sentimentos que bem coloca nas imagens,porque sua sensibilidade é mesmo acelerada.Lindissimo poema minha amiga.
    Não sabia deste campus da PUC,sou lá do Dom Cabral.

    Carinhoso abraço de paz e luz.

    ResponderExcluir
  2. A imagem e o poema se fundem
    Daria um belo quadro , um belo mural
    Ando ausente, deixo beijos sulinos

    ResponderExcluir
  3. Você é uma das mães da natureza. Dá-lhes uma vida inimaginável para a maioria de nós tolos e insensíveis. Você é uma adorável prescrutadora de suas belezas com poesia, Celêdian! Que lindeza de construção e que foto sugestiva! Adorei! Abraços. Paz e bem.

    ResponderExcluir
  4. É o detalhe, o insólito ... o olhar refinado da poetisa percebendo a sutileza da natureza em seus oferecimentos visíveis. Feliz de quem tem a sensibilidade de transformar estes gestos da natureza em poesia ou qualidade de vida ... ou as duas coisas juntas. Perfeita união. Parabéns amiga.

    ResponderExcluir
  5. Minha querida Celêdian, bom dia!

    desta vez não falarei de seus versos, como sempre belos, perfeitos, mas do seu olhar, da sua percepção. E olhar não puramente de uma esteta, de uma mulher de letras, mas o de uma fotógrafa. Esse olhar que vira um visor e enquadra o visto não visto dos demais, e cria composição de linhas, de valores e de formas, traduzindo-a em uma obra de arte.

    Realmente, a árvore é um corpo de mulher na sua foto. Seu olho de fotógrafa captou o ângulo em que a árvore mais se assemelha a uma forma humana, e genialmente. Após o olho da fotógrafa, veio a leitura do olho da mulher, essa tão particular e incessante observação feminina a tudo que se enruga, se molifica e se embaça numa tez ou em um corpo. E essa, como sempre, é implacável!

    Mas, em seguida, é o olhar da poeta-filósofa que projeta uma luz meridiana nas observações, releva contrastes e claridades, extrai, enfim, a verdade final sob forma de prosa poética. Sem dúvida, minha fiel amiga, a árvore imita o seio e o seio alimenta a vida, em seivas diferentes esses dois femininos perpetuam as espécies através dos anos e das intempéries.

    Quem tiver olhos que veja!

    Minha admiração maior segue sempre intacta diante de suas tão belas artes, minha querida Celêdian. Saudades de suas tão esperadas visitas, cara amiga.

    Um bom domingo, meu grande abraço,

    André

    ResponderExcluir
  6. Bem legal! - Parabéns, minha amiga! - Tem presente em meu blog! - Abração

    ResponderExcluir
  7. Parabéns, amiga! Criatividade e sensibilidade construíram este belo poema. Lindo! Dando uma olhada no blog dos amigos...

    beijo
    tais Luso

    ResponderExcluir
  8. Querida poetisa, acho que já falaram aqui tudo ou quase tudo que eu teria para dizer de tal espetáculo, mas, o seu olhar por trás da câmera, já escreveu a poesia, ou descreveu. É fantástico o casamento imagem/poema e em minha humilde opinião, inseparável. Esta foto não caberia em outro lugar que não fosse ilustrando o seu belíssimo poema. Vou acabar me repetindo. Emocionantemente bela a sua postagem. Parabéns!
    Beijo
    Fafah

    ResponderExcluir

Obrigada pela tua presença. Sinta-se à vontade, comente. Por gentileza, identifique-se. Seja bem vindo!