quarta-feira, 12 de outubro de 2011

FLORES MORTAS CHEIAS DE VIDA (Poema 1)

Fotografia de Jones Poa - flores de jacarandá espalhadas pelo vento nas calçadas de Porto Alegre – RS - Brasil

TEMPO(ORALIDADE) e ABSTRAÇÕES

Série de poemas inspirados na obra de Jones A. dos Santos, psicólogo, psicoterapeuta e segundo palavras dele, experimentador das artes ( escultura, pintura, escrita e fotografia ), Porto Alegre - RS – Brasil. http://ensaiosjones.blogspot.com/ e http://jonespoa.blogspot.com

Ao amigo Jones Poa, o meu agradecimento por disponibilizar seu belíssimo acervo de fotografias e aquarelas, que traz em cada uma delas a manifestação da vida, nas suas mais inusitadas formas. Obrigada meu amigo Jones.

FLORES MORTAS CHEIAS DE VIDA

As flores de jacarandá,

como que desmaiadas na calçada,

atapetando-a e indefesas,

sustentando apenas a própria leveza,

deixam-se levar ao sabor do vento,

para exalar seus perfumes,

pintando de suaves cores,

caminhos por onde,

olhares sutis desfilam

e inebriados todos os sentidos,

extasiam-se pela beleza,

das já mortas flores,

que ainda assim insistem,

em dar vida às nossas emoções.

(por Celêdian Assis)

sexta, 16 de setembro de 2011

7 comentários:

  1. Minha amiga, obrigado por cuidar e dar asas, vida e perfume as minhas fotos, um abraço !

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  2. As fotos do Jones tem vida e voce minha amiga, na leveza de sua alma e com sutileza de seu poetar,recria e aviva as imagens com real grandeza e beleza.Eu fico aplaudindo e emocionado com toda esta elegancia que reveste os poemas com seu olhar sobre as imagens.
    Meu carinhoso abraço de criança feliz da vida neste dia.
    Com todo carinho meus parabens pela arte.

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  3. Toninho utilizou a palavra que eu queria para difinir seus gestos, sua poesia: Elegânicia. Você a coloca de maneira magnânima em tudo e isso empresta uma beleza ainda maior (mesmo em flores mortas). Meu abraço, Celêdian! Paz e bem.

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  4. forrando o caminho
    tapeteando o olhar atento
    com um velude colorido e ainda perfumado
    faz dos becos
    uma alegria ensaiada
    uma paisagem à merce dos ventos
    e das águas nas sargetas
    são estrelas despencando
    dos galhos
    tediosos
    e ainda belos
    são mais que um arco-iris ao alcance dos pés e dos olhos
    são detalhes do cotidiano
    que envernizam o instante
    de um brilho vivo e terno.

    Beijo na alma, querida minha :)

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  5. Oi amiga Celêdian,que bom que achei você novamente!
    Outro dia te vi no lançamento do livro do Cacá e tentei entrar no teu blog...não consegui.Hoje resolvi olhar todos os meus primeiros seguidores e,graças a Deus,te encontrei.
    Teu poema está lindo,de um lirismo encantador...e a bela foto coroou a graça e magia do poema.
    Não te perderei mais,amiga.

    Bjssssssssss,
    Leninha

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  6. Somente aqueles que desconhecem a poesia, é que se atrevem a supor que a morte é o fim de tudo.

    Não há fim para um poeta. A morta passa a ser circunstância, talvez um mero detalhe, e que irá compôr todo um enredo de versos, onde a vida brota até daquilo que está inerte.

    Acabam-se os versos. Então, sim, diga-se que tudo acabou.

    Que belo, Celêdian.

    Aliás, sua inspiração sobre os versos do Jones não me deixa admirado, pois ele é um poeta de alta casta. Alie a isso o seu talento, delicadeza e refinamento, e teremos uma parceria sem precedentes.

    Fantástico.

    Abraços, minha amiga.

    Marcio

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  7. Minha querida Celêdian,

    o seu tão belo texto se harmoniza perfeitamente com o clima de "despojamento lilás" das flores na calçada, entra em sutil mas verdadeira comunhão. Há muita beleza nas chamadas folhas mortas. Penso eu, que neste estágio em que elas guardam ainda a cor, poderiam ser chamadas de flores moribundas.

    Como você sabe, querida amiga, eu moro em um hemisfério que se encontra, atualmente, no outono. Logo, vejo-me já rodeado de folhas dos mais diferentes formatos e cores, recém caídas das árvores, aos poucos atapetando o chão de seus ocres e castanho-avermelhados. É um espetáculo para os olhos. Tenho certeza que tal visão lhe inspiraria sobremaneira.

    Um belo texto poético para uma bela foto, onde o olho da poetisa se abraça ao olho do fotógrafo e o resultado é maravilhoso. Meus parabéns, querida Celêdian, e felicitações ao seu amigo artista cujo trabalho tanto lhe inspira.

    Um grande abraço, meu carinho de sempre.

    André

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