Desfilando em meu pensamento
Palavras livres, soltas na mente
Perco-me em meu alheamento
Colhendo-as todas, avidamente
Abraçando as palavras queridas
Beijo os recursos que me dão
Que ora acariciam as feridas
Ou, ora ferem forte o coração
Ora fazem-me chorar de alegria
E tristes, cantam minha solidão
Zombo delas, as visto de ironia
Choro, rio, desdenho da ilusão
Exploro-as na antítese que alia
Todos meus sentidos opostos
Se morro de amor nos versos
E vivo do meu amor à poesia
É preciso às vezes interromper
E em breve apóstrofe suplicar
Tende dó, poesia, do meu ser
Nunca me deixe de ti abdicar
Mudas, prosopopéia parecem
Palavras que gemem ansiosas
Por versos que as enobrecem
Ávidas e da poesia sequiosas
Há sofrimentos, perco a calma
Se a inspiração vai, se ausenta
Entrego a Deus a minha alma
Neste eufemismo que sustenta
No pensamento, palavra e figura
Dos sentidos uma pura gradação
Sou pobre, sou nada, sou agrura
Se não sou poeta, sou só ilusão
O que permeia a alma do poeta, ora é sua ilusão - ora sua percepção ... sempre agudas , invariavelmente polidas por uma sensibilidade que não se aprende e nem se adquire. A poesia e o poeta nascem sempre em algum ponto desconhecido do universo ...
ResponderExcluirCelina - conheci durante minha viagem uma professora chamada Cecília Alves, aí de MG, mas não localizei seu blog , se a conheceres me manda o link dela . Bjs sulinos !
Querida Celêdian, que belas quadras compuseste, amiga, plenas de sentimento e de reflexão, onde a coerência não ombreia o lirismo que elas contém. Tuas palavras soam bem, querida poetisa, são muito bem escolhidas e se encadeiam como numa malha de sonoridades, fazem dos teus versos uma tapeçaria poética de singular beleza.
ResponderExcluirSabes que sou um admirador de tuas letras e isso não novo. Que bom que "ressuscitaste" um tão belo poema, para o deleite maior de todos os teus leitores.
Um grande abraço, querida amiga, e um bom dia para ti.
André