No início uma compacta massa,
Não lhe conheciam o cerne.
Aos poucos descobrindo-lhe,
Via-se a massa preenchida,
De espalhadas cruzes positivas,
Envolvidas pelas negativas.
Vislumbra-se agora o núcleo,
A acercar-lhe, o negativo,
Girando em seu entorno,
Como planetas em torno do sol.
Formam nuvens em camadas,
Em órbitas circulares e concêntricas,
Dual natureza, nem estático, nem fixo,
Provavelmente se encontra,
Onde possa achar o seu par.
Sou assim feito o átomo,
Descoberta pouco a pouco,
Evoluo da massa bruta,
Enquanto não apuro o núcleo,
Já percebo o complemento,
Na positividade esparsa,
Com negativo envolvimento.
Vislumbro agora o cerne,
A negatividade a rondar-lhe,
Fazendo cirandas a sua volta,
Como planetas, invejados do sol,
Acercando-lhe desejosos,
De sua luz e calor roubar.
São nimbos, tristeza e desamor,
Dispostas nas camadas de dor,
Nas órbitas circulares,
Que rondam a minha mente,
Concentricamente.
Na dualidade da natureza,
Um ser não é só mente,
Tem alma de complemento,
Repleta de sentimento,
Não deixa estática a vida,
Nem a fixa em lugar algum,
Provavelmente a alma se encontra,
Onde uma outra se esconde,
Perdida e clemente de seu amor.
quarta-feira, 14 de abril de 2010
RETRATO DA ALMA
Como espectro se desenham
Sombras frias entranhadas
Da meia luz que ilumina
Metade de um lado obscuro
E na outra clara metade
Brilho que às vezes ofusca
Ou ilumina o melhor de mim
Imagens projetam idéias
Pensamentos refratam ações
Espelham íntimas ânsias
Em devaneios e reflexões
São ondas que perpassam
Confusos feixes de raios
Distorcem imagens
Na parte opaca de mim
Na outra iluminada metade
A luz se propaga em ondas
Para abissais labirintos
Via das minhas entranhas
Abstrato, ninho subjetivo
Abjuro o abjeto abismo
Redundante instropecto
Deste agônico solilóquio
Resgato-me na superfície
Na ruptura da interna rusga
Desenham outros espectros
Do concreto que me acerca
No objeto inacessível
Do circunlóquio que fiz.
Sombras frias entranhadas
Da meia luz que ilumina
Metade de um lado obscuro
E na outra clara metade
Brilho que às vezes ofusca
Ou ilumina o melhor de mim
Imagens projetam idéias
Pensamentos refratam ações
Espelham íntimas ânsias
Em devaneios e reflexões
São ondas que perpassam
Confusos feixes de raios
Distorcem imagens
Na parte opaca de mim
Na outra iluminada metade
A luz se propaga em ondas
Para abissais labirintos
Via das minhas entranhas
Abstrato, ninho subjetivo
Abjuro o abjeto abismo
Redundante instropecto
Deste agônico solilóquio
Resgato-me na superfície
Na ruptura da interna rusga
Desenham outros espectros
Do concreto que me acerca
No objeto inacessível
Do circunlóquio que fiz.
VIRTUAL(MENTE)
Ele navega no meio virtual
Sabe-se lá se procura
Ou se vagueia alheio
Entre perfis, rostos, máscaras...
Um “click”
Ei-la que surge do acaso
E um homem surge do nada
Confessa-se impressionado
Ela se encanta, agradece
Textos, imagens, palavras
Pronto, tudo se transforma
Qual força tem as palavras
Feitiço, magia, fascinação
Do fascínio ao êxtase
Desperta a mulher de sono profundo
Pela mão do homem, mansa, sutil
Sem rumores, sem ruídos
Oferta-lhe abraços, flores e estrelas
Que mais tarde transformam-se
Em mais abraços, jardins e galáxias
Até que chega um beijo
Com muito carinho e respeito
Eis que vem a poesia
Desencadeia a ânsia de sentir
Da “presença” ausente se ter
Cheiro, calor, amor, sabor
Inebria os sentidos, falta ar
Entorpece o corpo, magia
Incendiado, incendia e faz jorrar
Gentilezas, sutilezas sem promessas
Nas palavras caladas, guardadas
De quem sabe um dia ao meu ouvido
Sussurar...antes um poema
Depois quem sabe... gritar
Aquecendo-me no teu vibrar
Ardendo em mim o teu calor
Pelos beijos descendentes
Pelas mãos sem pudor
Pelos corpos em erupção
Em versos, ouço o que lhe gritava a alma:
“...quero que sejas profundamente minha e ritual
obsessiva e lúcida, doente, febril, tremendo de desejo
disposta a tudo e a mais e a muito mais,
boca de Mundo, seios de Mármore, corpo de Alfazema
e sobretudo Mulher e sobretudo amante.
Se existires assim, nua, inteira, absoluta e pessoal
responde-me que eu fico aqui, eterno, à tua espera.”
Respondo ao grito, existo sim e assim
Apetece-me ser desbravada
Como a abrir caminhos em mim
Nas minhas entranhas acolher
Deixar fluir leite da fêmea
O mel da mulher mansa e calma
A água da fonte do louco prazer
Desejo ávido, que acredito
Apetece a ti e a mim.
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