sexta-feira, 24 de setembro de 2010
O POETA E OS IPÊS
Piracema - MG - agosto de 2010 - foto by Celêdian
Quisera eu compreender a beleza dos ipês amarelos,
que ousam colorir o agosto sem esperar a primavera.
Nas matas, solitários e belos, assistem ao meu olhar,
inebriado, enfeitiçado, sem entender-lhes o propósito.
Ostentando os encantos, ainda que presos às raízes,
sorvendo seiva do solo bruto, alçando galhos ao alto,
será que sonham levar as suas flores ao firmamento,
antes que elas murchem e caiam atapetando o chão?
Será que antecipam a sua chegada, antes das outras
belas, no afã de enfeitar as agruras secas de agosto?
Ou florescem mais cedo para ver perdurar seu sonho?
Triste sina a dos ipês, se jamais eles tocarão o céu,
é como sina de poeta, colorem de poesia, os sonhos,
antes que eles esmaeçam, trazendo triste desilusão.
Em versos brancos traça rumos, rotas de esperança,
cismando, busca entre estrelas o brilho do amor real,
fantasiando e sublimando as dores dos amores vãos.
Triste sina, jamais tocará as estrelas preso ao chão.
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A sensibilidade da natureza faz om que toquem as estrelas numa troca constante entre o luminoso estelar e o colorido das flores. Tal como a alma dos poetas e isso só se explica ela poesia que lhes brota das raízes do coração. Belíssimo, minha amiga! Meu abraço. Paz e bem.
ResponderExcluirNa calçada de minha casa plantei um ipê - poucas árvores são tão emblemáticas como ele . Ando muito ausente também Celina; provavelmente ainda continue algum tempo comparecendo pouco aos sites literários. Coisas e dificuldades da vida profissional . Enfim, por ora só resta legar-te um beijo do sul !
ResponderExcluirCelêdian e os Ipês: ainda que não alcem o Éter, fica sempre gravado em nosso coração cada gama multicolorida de seus versos encantadores, uma deidade nas páginas virtuais e reais da existência! Um beijo do Gato Vadio.
ResponderExcluirSeus poemas são belíssimos. Descobri seu blog no site do Benfazeja onde também posto meus textos. Gostaria de convidá-la a visitar não só0 meus textos no Benfazeja como também nos blogs
ResponderExcluirhttp://emaranhadorufiniano.blogspot.com
e
http://po-de-poesia.blogspot.com
Abrçs!!!
Saudações fraternas... Certo dia do ano de 2009 eu e um querido amigo, nascidos da mesma mãe, caminhávamos por uma trilha que nos conduz ao recanto em plena serra do mar, onde residem nossos pais, preferimos a trilha por questões de comodidade e encurtar o caminho, surpresa foi, em certo trecho, o encontro que tivemos com Deus, ali deitado na trilha estava ele, iluminado pelo brilho do sol, sorridente e com uma calma impressionante; paramos eu e meu mano e ficamos olhando... Deus deitado, inundado pelos raios do sol, eu e meu irmão, estávamos encantados, mas, não tínhamos maquinas fotográficas, estávamos cansados da viagem de ônibus e com fome da comida da mamãe, assim com dificuldade pisamos por sobre o corpo de deus e continuamos nossa jornada, mas nunca me esqueci, do que ali vi e vi deus deitado ali, na trilha forrada por flores de ipês. Li tua mensagem e soube da partida que te faz lamentar, sei e posso te dar fiança, a vida é um continuum... Não te perturbe além da saudade o amor dissemina-se pela eternidade assim como a vida. Olimpio de Roseh
ResponderExcluirInteressante essa conversa poética e filosófica, buscando os porquês da natureza. Realmente, o ipê amarelo, com sua cor tão forte, talvez seja um prenúncio que devemos ter paciência com o mês tão seco de agosto, pois está próxima a primavera. De Deus e da natureza, nada se duvida. Seu poema é lindo, Celê! Bjos.
ResponderExcluirParabéns, lindo poema! E sim, concordo, ..."jamais tocará as estrelas preso ao chão"
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